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Quem visitou a flor? Trabalho prático sobre polinização na disciplina de ciências

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

No post de hoje minha dica é um trabalho prático sobre polinização que os alunos poderão fazer na própria casa. Na tarefa, eles irão observar quais são os visitantes florais de algumas plantas. Esse é um trabalho adaptado de um seminário que apresentei na gradução, para a disciplina de ecologia, na qual eu e meu grupo monitoramos os animais que visitavam uma espécie de arbusto, para saber qual seria seu polinizador (ou polinizadores).

Para o trabalho em questão, que se encaixa nos conteúdos de angiospermas, de relações ecológicas e de método científico, os alunos irão exercer o hábito de observar e tirar conclusões do que viram. Nesse post vocês irão encontrar o roteiro completo para a tarefa.

Materiais

  • 1 vaso de planta com flor aberta. Exemplo: manjericão, coentro, tomilho. Dê preferência para flores que sejam bem coloridas e perfumadas e que possam ficar em um vaso não muito grande.
  • caderno/folhas para que os alunos façam as anotações.
  • celular ou câmera para registrar em fotos alguns dos visitantes florais.

Métodos

  • Os alunos deverão observar as flores no vaso por cerca de 15 minutos por período. O ideal é que os alunos observem um período de manhã, um durante a tarde e um à noite. Devemos alternar a observação, pois alguns polinizadores visitam a flor em apenas um dos períodos do dia. Recomendo a observação por três dias, pois a temperatura do dia pode fazer com que diferentes polinizadores cheguem às plantas.
  • Oriente os alunos para que façam um diário de observação, com o roteiro pronto (pdf) que eu disponibilizo abaixo:
  • Peça um relatório para os alunos contendo: o que observaram e quais as conclusões, ou seja, quais polinizadores visitaram as flores. Se for interessante, também peça para que compartilhem com a turma algumas das fotos que fizeram durante a observação.

Resultados esperados

  • É esperado que o aluno observe e identifique quais animais visitaram a flor e qual foi seu comportamento. Depois das observações, é esperado que o aluno tire suas conclusões acerca do que foi observado.

Ao final do experimento reforce aos alunos que as angiospermas possuem flores perfumadas e coloridas (na maioria dos casos) para atrair os polinizadores. As gimnospermas, por exemplo, têm como polinizador o vento, já que elas não possuem flores verdadeiras.

Converse com os alunos que nem todo visitante floral é um polinizador. Muitos animais, como formigas e besouros, não polinizam a flor (ou seja, não coletam pólen de uma flor e levam para a outra), mas apenas vão até as flores para se alimentar do néctar, que é um líquido adocicado, sem levar o pólen. Algumas vezes, esses animais até comem as pétalas e sépalas, destruindo as flores.

A polinização das flores ocorre justamente quando as abelhas e borboletas, por exemplo, ao coletarem o néctar, acabam tendo contato com o pólen e o levando para outras flores.

Por fim, comente com os alunos que cada flor atrai um polinizador. Por exemplo, flores que abrem durante o dia e têm cheiro bem adocicado, são geralmente polinizadas por abelhas. Flores que tem formato alongado (como um tubinho) são geralmente polinizadas por borboletas, que possuem uma estrutura bucal que parece uma “língua” para coletar o néctar.

Ahh, algumas dicas e cuidados para esse trabalho. Se for possível, converse com a coordenação da escola para comprar os vasinhos de plantas todos de um apenas local, assim fica mais barato e todos os alunos recebem o mesmo material. Outra questão é o cuidado com os alunos que possam ter alergias a abelhas, borboletas e até ao próprio pólen. Converse previamente com a coordenação e oriente os pais nesses sentido.

Essa tarefa é fácil de ser feita e permite que os alunos vivenciem um pouco do método científico, que se baseia na observação de acontecimentos para se tirar conclusões.

Espero que gostem da dica de hoje!

Até a próxima,

Professora Nathália

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Dica de filme: Dark Waters – O preço da verdade

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Hoje trago a dica de um filme, baseado em uma história real: Dark Waters – O preço da verdade. Lançado em 2019, é um filme que mostra como um advogado enfrentou a DuPont, uma das maiores corporações do mundo, acusando-a de cometer crimes ambientais, por poluir o solo e a água de uma cidade nos EUA.

Assista ao trailer legendado do filme nesse link. Como eu disse, o roteiro do filme é uma história real e foi feito com base em um artigo intitulado “The Lawyer Who Became DuPont’s Worst Nightmare” (em português, “O advogado que se tornou o pior pesadelo da DuPont”) escrito em 2016 por Nathaniel Rich e publicado no The New York Times Magazine. Nesse texto, Nathaniel conta toda a história na qual o filme se baseia. Além desse artigo, existem outros textos e sites que eu usei para criar um texto (abaixo) que serve como base para você, professor, passar aos seus alunos (os links de referência estarão ao fim do post).

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O advogado que se tornou o pior pesadelo da DuPont

Rob Bilott era um advogado da área ambiental e defensor de grandes empresas por oito anos, até que chegou a ele um caso que expôs anos de poluição ambiental feitos por uma famosa corporação, a DuPont. O processo que ele moveu contra a empresa a obrigou a pagar milhões de dólares, porém, isso não trouxe de volta as pessoas que morreram em função das doenças e o equilíbrio ambiental que foi rompido. Vamos conhecer o caso de um advogado que processou por crimes ambientais e contra a saúde humana uma das maiores empresas do mundo.

Entendendo a história…

Você provavelmente já ouviu falar do teflon. Patenteado pela Dupont em 1945, o teflon é um material sintético e usado em inúmeros objetos, mas é mais conhecido por estar presente nas famosas panelas e utensílios antiaderentes. Porém, para se fabricar o Teflon é preciso utilizar uma substância altamente poluente e muito perigosa à saúde humana, o PFOA, nome químico do ácido perfluorooctanoico. No corpo humano, o PFOA aumenta os níveis de colesterol ruim, pode provocar úlceras, hipertensão em mulheres grávidas, doenças na tireoide, câncer nos testículos e nos rins. Além disso, causa malformação fetal.

Apesar da Dupont já saber dos perigos do PFOA desde a década de 60, inclusive realizando testes em camundongos, cachorros e, para espanto de todos, nos filhos recém-nascidos de empregadas de suas próprias fábricas, ela nunca divulgou tais perigos, escondendo essas pesquisas e seus resultados.

Porém, em 1999, um fazendeiro de Parkersburg (cidade localizada em West Virginia) chamado Wilbur Tennant, foi ao escritório de Rob e lhe entregou fitas VHS com filmagens de animais que estavam doentes em sua propriedade rural. Nas filmagens, peixes aparecem agonizando num pequeno rio que corta sua propriedade; vacas e bois aparecem salivando de dor, a água dos pequenos lagos de sua fazenda aparece esverdeada. Segundo Tennant, isso começou a acontecer depois que a DuPont instalou uma fábrica perto de sua fazenda e começou a jogar esgoto industrial nos córregos da região. Para Tennant, não havia dúvidas: a DuPont estava contaminando a água e o solo da região há anos e todos os casos de saúde humana (como câncer e o escurecimento dos dentes das crianças da cidade) e saúde animal estavam relacionadas a isso.

No entanto, a DuPont negava tudo, dizia que o problema era que as pessoas se alimentavam mal, tinham uma “genética ruim” e os animais não eram bem cuidados. A DuPont, inclusive, comprou parte da propriedade de Tennant e pagou exames médicos para as pessoas que desenvolveram doenças como câncer. Porém, os exames feitos pelos médicos contratados pela empresa nunca acusaram que a culpa era da poluição ambiental.

Suspeitando da história contada por Tennant, o advogado Rob Bilott assistiu ao vídeo que lhe foi entregue e, depois de um pouco de dúvida, resolveu investigar a fundo a história, que após um tempo de investigação se provou para ele ser verdadeira.

Rob moveu um processo contra a DuPont, que negou toda a responsabilidade pela poluição, alegando que todos os resíduos gerados pela sua fábrica eram inofensivos (não tóxicos). Mas, uma junta médica, formada por especialistas de vários países diferentes, mostrou após anos de estudo que todas as doenças e outros problemas desenvolvidos pelos moradores de Parkersburg foram consequência da exposição prolongada ao PFOA presente nos resíduos jogados na água e no solo da região.

Em 2005, a DuPont foi condenada a pagar uma indenização de 343 milhões de dólares a cerca de 80 mil moradores da região. Em 2013, a junta médica apresentou seus resultados oficiais e a justiça norte-americana obrigou a DuPont também a pagar todas as despesas médicas futuras de moradores que desenvolverem doenças que estejam relacionadas à poluição do solo e da água pela substância PFOA.

Apesar de diminuir as consequências, o dinheiro não é capaz de retirar todos os resíduos de PFOA do ambiente. Estudos indicam que essa substância é acumulada ao longo da cadeia alimentar, não se degrada naturalmente e, mais preocupante ainda, está presente acima do índice permitido em mais de 94 estações de tratamento de água dos EUA.

O mais marcante de toda essa história, que virou tema do filme O Preço da Verdade – Dark Waters, é que não fosse pela coragem do fazendeiro Tennant e pela dedicação do advogado Bill ao investigá-la, ela não teria sido descoberta, já que a DuPont sempre soube dos problemas causados pelo PFOA, mas nunca os tornou públicos.

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A classificação indicativa do filme no Brasil é 12 anos. É um filme que vale muito a pena ser asssitido e passado aos alunos, pois mostra como grandes corporações podem, por serem poderosas, tentar sair impunes de crimes, como os cometidos pela DuPont. Se não fosse o advogado, esse seria o fim desse caso.

Com esse filme é possível tratar dos seguintes conteúdos em sala de aula: poluição do solo, poluição dos corpos d´água, bioacumulação (magnificação trófica), efeitos de substâncias químicas no corpo humano, efeitos das substâncias químicas no desenvolvimento embrionário humano e crimes ambientais. Além disso, uma atividade de interpretação de texto cabe muito bem à história. Coloco abaixo algumas questões que podem ser trabalhadas:

  1. Qual a substância prejudicial presente na água/solo contaminados pela DuPont? Qual a importância dessa substância? Para o que ela é usada?
  2. Como a DuPont descobriu sobre os problemas causados por essa substância?
  3. Quais problemas essa substância pode causar?
  4. Qual foi a decisão da justiça a respeito da poluição causada pela DuPont?

Após o filme, você poderá també pedir para que os alunos façam um resumo do que mais gostaram e do que aprenderam com o filme.

Textos e sites usados:

https://nossofuturoroubado.com.br/os-segredos-corporativos-e-os-perigos-do-teflon/

https://theintercept.com/2015/08/17/teflon-toxin-case-against-dupont/ https://theintercept.com/collections/bad-chemistry/

https://www.nytimes.com/2016/01/10/magazine/the-lawyer-who-became-duponts-worst-nightmare.html

https://highline.huffingtonpost.com/articles/en/welcome-to-beautiful-parkersburg/

Para saber mais:

[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Dark_Waters_(2019_film)

Espero que passem esse filme para seus alunos!

Professora Nathália

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Curta essa: série de documentários sobre o meio ambiente e alimentação

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Não é segredo que a Netflix tem inúmeras opções de filmes, séries e documentários para todos os gostos. O difícil, inclusive, é escolher em meio a tantas opções.

Como professora, eu também sempre que posso seleciono documentários e filmes interessantes e com conteúdos que podem ser aproveitados em aula.

A série Curta essa (em inglês: Down to Earth) é uma dessas minhas escolhas. Lançada em julho de 2020, a série é estrelada por Zac Efron e por Darin Olien, que se auto intitula um “guru dos super alimentos”. Veja abaixo o trailer:

Eu comecei a assistir a série por indicação de uma aluna e me surpreendi com o enredo. Em cada episódio Zac e Darin tratam de um tema pertinente à discussão no contexto atual do nosso planeta. Energia limpa, poluição da água, biopirataria, alimentação saudável, banco de genes, mudanças climáticas globais, conhecimento popular, longevidade…Tudo é tratado de maneira leve e descontraída em uma jornada por vários países, como EUA, Peru, França, Inglaterra.

Eu não sou conhecedora de cinema/TV, mas do ponto de vista científico a série apresenta e explica vários conceitos importantes e que, por muitas vezes, são pouco conhecidos pela população em geral. Além disso, na série temos a participação de vários cientistas e pesquisadores que mostram com seus trabalhos o quanto a ciência é importante para o desenvolvimento de uma sociedade. Nenhum conceito é apresentado de forma aprofundada ou técnica e creio que essa nem seja a intenção da série.

Zac e Darin também dividem com o público momentos engraçados, como quando Zac ordenha uma cabra e toma o seu leite, já que Darin é vegano. Em todo episódio eles também provam pratos e iguarias típicas dos lugares os quais visitam, valorizando produtores e restaurantes locais.

São 8 episódios que variam de 35 a 40 minutos. Eu gostei bastante dos episódios 02 – França, no qual eles visitam uma estação de tratamento de água em Paris, e 04 – Sardenha, no qual Zac e Darin conhecem pessoas quase centenárias na ilha de Sardenha e buscam entender como elas conseguiram tal feito pela alimentação.

Durante os episódios eu pude fazer várias anotações com informações e pequenos trechos que pretendo indicar para meus alunos.

É claro que ao longo da série encontramos algumas informações que podem ser um tanto quanto super estimadas, como super alimentos e águas ditas terapêuticas. No entanto, devemos nos atentar a esse tipo de informação em todo tipo de conteúdo, seja da Netflix, da TV aberta, de algum artigo de jornal, etc.

De maneira geral, a série tem bons episódios para você professor se informar, se atualizar em alguns aspectos e indicar para seus alunos.

Espero que gostem da dica!

Professora Nathália

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MapBiomas: explorando os biomas brasileiros

Olá, professores, alunos e leitores!

No post de hoje vamos conhecer um recurso muito legal de ser usado para explorar mapas e estatísticas a respeito dos biomas brasileiros: o MapBiomas.

Todos nós sabemos o quanto nossos biomas são importantes para a biodiversidade brasileira. Cada bioma tem características vegetais e de fauna definidas, mas nas áreas de transição é fácil encontrar uma mistura de feições de dois biomas diferentes. Nos últimos anos os biomas brasileiros têm sofrido com o desmatamento e as queimadas.

O conteúdo biomas é abordado em várias disciplinas, a partir de pontos e reflexões diferentes, como em geografia, história e ciências.

Mas além de saber o que é, quais plantas e animais vivem em um determinado bioma, é importante que os alunos também saibam como os biomas são afetados pelas ações humanas (ações antrópicas). Nesse aspecto, trago a indicação do MapBiomas, um site em português no qual você pode acessar mapas e estatísticas muito importantes relacionadas a esses biomas.

Você pode acessar o site MapBiomas aqui: https://mapbiomas.org/. Ao entrar no site você tem a opção de:

  • Acessar o mapa de cobertura vegetal e uso do solo do Brasil (figura 1). Nesse item você consegue ver por biomas as coberturas vegetais existentes nessa parte do território brasileiro (figura 2).
Figura 1: acessar mapa de cobertura vegetal e uso do solo
Figura 2: nesse exemplo eu selecionei o bioma Amazônia. As diferentes cores mostram os diferentes usos do solo. A legenda ao lado esquerdo inferior mostra o significado de cada cor.
  • Acessar os infográficos de estatísticas sobre a evolução do uso do solo em cada bioma brasileiro (figura 3). Nesse caso você pode acessar infográficos bem completos sobre a cobertura vegetal em cada bioma ao longo do tempo (figura 4).
Figura 3: na página inicial do site, rolando a página para baixo, temos a opção de acessar os infográficos.
Figura 4: infográfico do Pantanal. Observe os gráficos que mostram, desde 1985, um aumento na área de pastagem. Também podemos observar pelo infográfico a perda de cobertura vegetal natural (cerca de 12%).

Além de ser muito bom para os alunos aprenderem a acessar dados confiáveis na internet, o site permite que eles aprendam e vejam dados atualizados sobre os biomas brasileiros.

Para você, professor, o site é uma fonte para acessar informações e textos para provas, tarefas e para complementar o conteúdo dado em sala de aula.

O MapBiomas tem muitas outras informações legais e interessantes para vocês acessarem. Espero que tenham gostado da dica!

Até a próxima!

Professora Nathália

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Todas as imagens do post foram retiradas do site MapBiomas

Projeto MapBiomas – Coleção 5.0 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, acessado em 26 de setembro de 2019 através do link: https://plataforma.mapbiomas.org/”.

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INPE: cartilhas didáticas e em português

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Hoje trago mais uma dica de material didático disponibilizado no site do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Para quem não conhece o INPE é um órgão brasileiro, reconhecido internacionalmente por sua excelência em realizar pesquisas espaciais, com destaque àquelas voltadas ao meio ambiente.

No site do INPE existem muitos recursos didáticos que nós, professores, podemos usar em sala de aula, principalmente nas aulas de ciências, quando abordamos o conteúdo de astronomia, partes e estrutura da Terra e de outros planetas.

Destaco no post de hoje as cartilhas didáticas que estão no site do INPE, que você pode acessar nesse link:

  • Um passeio no INPE – Descreve o que é o INPE e quais são as atividades desenvolvidas por esse órgão, como construção de satélites, monitoramento de queimadas, deflorestamento, previsão do tempo.
  • Mudanças Climáticas – Explica as mudanças climáticas globais, como o aquecimento global, o papel do ser humano nesses acontecimentos e o que está acontecendo e poderá acontecer no Brasil e em outras regiões por causa dessas mudanças.

  • Pesquisar o Universo para Entender a Terra – Explica por que a astronomia é importante para a sociedade, quais as principais descobertas deste campo do conhecimento e como temos contato com a astronomia no nosso cotidiano.

Todas as cartilhas são muito didáticas, escritas em uma linguagem fácil e com ilustrações bem coloridas. As cartilhas podem ser acessadas online (figura acima), como num livro, no qual você muda as páginas. Infelizmente não há opção de download, mas você pode dar zoom na página (com o mouse) e conseguir copiar e recortar as partes que desejar com a opção print screen. Não se esqueça de colocar a fonte do material, ou seja, o site do INPE.

Além dessas três cartilhas, existem outras disponíveis no site, por isso, vai lá conferir! Além de ser um material diferente, que chama a atenção dos alunos, é um recurso feito por pesquisadores renomados, de muita confiabilidade.

Espero que vocês acessem as cartilhas e as utilizem em sala de aula!

Até a próxima!

Professora Nathália

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As relações ecológicas e a cadeia alimentar – série “Nosso Planeta”

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Hoje eu trago uma dica de série para você, professor, aproveitar nas suas aulas. Um dos conteúdos que eu mais gosto de ensinar é ecologia. É uma área muito ampla, com muitos assuntos interessantes e sempre tem coisas atuais para trabalharmos. Em ecologia, um dos conteúdos mais importantes é o de relações ecológicas e cadeias alimentares.

Por relações ecológicas podemos entender qualquer relação entre indivíduos da mesma espécie (intraespecífica) ou entre indivíduos de espécies diferentes (interespecíficas) que podem ser harmônicas (trazendo benefícios ou não trazendo prejuízos) ou desarmônicas (trazendo sempre prejuízos para uma das partes envolvidas). Como exemplos de relações ecológicas temos predação, parasitismo, comensalismo, inquilinismo, etc.

Já as cadeias alimentares representam as relações de alimentação entre os indivíduos, começando sempre de um ser vivo autótrofo (produtor), passando pelos indivíduos consumidores (heterótrofos) e, por fim, chegando todos aos decompositores (fungos e bactérias, que reciclam a matéria orgânica morta transformando-a em matéria inorgânica simples).

É claro que, ao longo da explicação desses conteúdos em sala de aula, nós exemplificamos essas relações e cadeias alimentares, mas a proposta que trago é assistir ao episódio 8 (Florestas) da série “Nosso Planeta” do Netflix para dar mais exemplos de como esses conteúdos são na vida real, na natureza.

Fonte da imagem: Netflix

O episódio 8 mostra como as florestas são importantes para nosso planeta. É possível ver como os animais precisam se arriscar e usar várias técnicas para conseguir sobreviver em florestas bem hostis como a taiga e a tundra e como a floresta de sequoias, por exemplo, tem uma incrível resiliência após sobreviver às queimadas naturais que ocorrem na época da seca. Além disso, o documentário também traz lindas imagens das savanas e da floresta de Madagascar, cheia de peculiaridades que só encontramos lá.

Ao fim do episódio (aproximadamente 50 minutos) você poderá pedir aos alunos algumas questões que reforcem o conteúdo relações ecológicas e cadeias alimentares:

  1. Identifique e desenhe pelo menos 1 cadeia alimentar vista no episódio. Nomeie corretamente e indique quem são: produtor e consumidor (primário, secundário…) e seus respectivos níveis tróficos.
  2. Identifique pelo menos 3 relações ecológicas harmônicas e 3 relações ecológicas desarmônicas que são mostradas pelo documentário. Dê os integrantes que participam dessas relações.
  3. Faça um desenho que mostre alguma informação ou curiosidade que você mais gostou do documentário. Explique brevemente sua escolha.

A série “Nosso Planeta” é cheia de detalhes e de imagens maravilhosas! Vale muito a pena assistir e compartilhar com seus alunos. Minha última dica é que você passe o episódio legendado, assim os alunos também exercitarão o “listening” em inglês.

Espero que gostem da dica!

Professora Nathália

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O Rei Leão – ecologia e cinema – parte 2

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Continuando o assunto do post da semana anterior hoje trago alguns outros conteúdos que você pode abordar com o filme “O Rei Leão”:

– Animais X forma e nicho ecológico: peça para que os alunos tentem associar a forma dos diversos animais e seus nichos ecológicos (habitat, predadores, presas, etc). No próprio desenho, Zazu explica de maneira divertida que um de seus primos achava que era um pica-pau e ficava batendo o bico na árvore, mas – como Zazu diz – o bico deles (espécie calau) não é feito para isso. Os antílopes, por exemplo, são ruminantes e são presas de leões e hienas, por isso precisam ser capazes de correr tanto, justamente para fugir dos predadores.

Imagem relacionada

Fonte: Disney

– A sociedade dos leões e das hienas: é importante notar que os leões tem um líder macho, mas no caso das hienas é diferente. A liderança do grupo é de uma fêmea, Shenzi; dizemos que nas hienas a sociedade é matriarcal.

Fonte: Disney

– Ecossistemas X plantas e animais: explore com os alunos as diferenças de plantas, animais, clima e recursos naturais vistos em diferentes ambientes mostrados pelo desenho: savana, deserto, floresta úmida. Os animais são diferentes e principalmente a riqueza de plantas também é.

– Teia/cadeia alimentar: com tantos animais mostrados no desenho, peça para que os alunos construam uma teia ou cadeia alimentar com alguns dos personagens. Ao final, identifique com os mesmos quem são os produtores, consumidores e não se esqueça de incluir os decompositores.

E para você que já assistiu ao filme, o que mais você incluiria na lista?

Deixe seus comentários na nossa página!

Até mais!

Professora Nathália

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O Rei Leão – ecologia e cinema

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Hoje a dica do Coruja Bióloga envolve explorar conceitos ecológicos com um filme que recentemente foi parar nas telinhas do cinema numa nova versão: O Rei Leão.

Quem não se lembra desse clássico do cinema, não é mesmo? O desenho de 1994 foi remasterizado, com efeitos gráficos muito bonitos, o que torna a experiência de assistir ao filme algo muito agradável e divertido.

Mas e se pudermos além da diversão, unir aprendizado ao filme? Essa é a minha proposta! O Rei Leão é um ótimo filme para tratarmos alguns assuntos ecológicos como nicho, habitat, relações ecológicas, cadeia alimentar e comportamento animal. Por isso, ao longo de dois textos vou abordar alguns desses conteúdos que você pode trabalhar com seus alunos em sala de aula, principalmente no assunto ecologia. Vamos lá?

Lembrando que o desenho original é de 1994 e é facilmente encontrado para ser comprado em DVDs. Já o filme novo ainda está no cinema.

A primeira coisa que me chama atenção no filme é a música “Circle of life” (em português: Ciclo da vida). Escrita por Elton John, é a música que toca na abertura do filme, quando o pequeno Simba é apresentado para todos os animais da savana que é guardada por seu pai, o rei Mufasa. A música é muito bonita e o desenho mostra os vários animais que vivem na savana. Posteriormente, Mufasa explica à Simba o que é ciclo da vida:

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Esse discurso de Mufasa pode trazer aos alunos a ideia de que todos os integrantes de um ecossistema são interligados e que a ação feita por 1 elo reflete em todos os outros. Além disso, mostra a continuidade, os ciclos da vida: quando os antílopes morrem, por exemplo, eles são decompostos pela ação dos fungos e bactérias, que disponibilizam às plantas matéria inorgânica simples, usada por esses seres autótrofos para realizaram fotossíntese e crescerem, servindo depois como alimento para os antílopes, num ciclo:

“Tudo faz parte de um delicado equilíbrio”

Mufasa: Tudo o que você vê existe num delicado equilíbrio. Como rei, precisa compreender esse equilíbrio e respeitar todas as criaturas, desde a formiga rastejante ao antílope que salta. 

Simba: Mas pai, não comemos os antílopes?

Mufasa: Sim, Simba, mas deixa-me explicar. Quando morremos, os nossos corpos tornam-se em relva e os antílopes comem a relva. E assim estamos todos ligados no Grande Ciclo da Vida.

 

Porém, se há a exploração desenfreada de um ou mais recursos o ecossistema e todos os elos sofrem as consequências. Peça para que os alunos observem como ficou a savana depois que Scar (o irmão de Mufasa) assumiu o trono, com as hienas. O lugar ficou sem plantas, sem animais, praticamente sem cores e sem vida, pois houve superexploração de recursos, o que desbalanceou o ecossistema.

Apenas com a primeira parte do filme e com o discurso de Mufasa já conseguimos trabalhar os conceitos de ecossistema, equilíbrio e desequilíbrio ambiental, resiliência ambiental e até cadeia alimentar. Cabe ao professor verificar com qual profundidade irá abordar tais temas; isso depende, é claro, do conteúdo que os alunos já têm e da série em que estão.

E você, já tinha parada para pensar sobre o grande ciclo da vida?

Até a próxima!

Professora Nathália

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Fonte da imagem: https://cinemacomrapadura.com.br/colunas/554178/as-licoes-de-o-rei-leao-o-que-a-jornada-de-simba-nos-ensina-sobre-a-vida/

 

 

 

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Quem visitou esta flor?

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Hoje a dica do Coruja Bióloga é um trabalho bem bacana sobre polinizadores das plantas. Sempre que damos aula sobre polinização de angiospermas falamos sobre os vários tipos de polinizadores (bióticos e abióticos) e como a morfologia das flores acompanha o tipo de polinizador, afinal as flores precisam ser atraentes aos polinizadores, na maioria dos casos.

Flores que são polinizadas por moscas, por exemplo, tem cor mais escura (castanha, marrom) e exalam um odor ruim que lembra carne em decomposição; todas essas características são atrativas para as moscas. Já flores maiores, que se abrem a noite e tem odor adocicado são geralmente polinizadas por morcegos, que tem hábitos noturnos. Mas e quando não sabemos qual/o que é o agente polinizador de uma determinada espécie? Bom, uma das maneiras de saber é observar a flor por um período de tempo e verificar quais são seus visitantes, tentando estabelecer qual desses é o polinizador. Essa é a proposta do trabalho que é a dica de hoje: descobrir quem é o polinizador de uma flor.

Vamos conferir como é o desenvolvimento do trabalho?

Primeiro, é importante que o professor contextualize alguns conceitos importantes sobre polinização e morfologia das flores (angiospermas): partes das flores, local de produção dos gametas, o que é polinização, tipos de polinizadores (bióticos e abióticos), como as plantas atraem os polinizadores. A profundidade de cada um destes conteúdos vai variar conforme a série que você está ministrando a aula. Lembrando que neste trabalho vamos focar nos agentes bióticos que polinizam as plantas, ou seja, os animais (insetos, aves, etc)

E em que consiste exatamente o trabalho? Observar os visitantes florais de um espécime de angiosperma e com base nestas visitas e na morfologia e demais características da flor/planta estabelecer quem/o que é o provável polinizador. É um trabalho um pouco demorado, porém muito fácil de ser feito e o resultado é muito legal!

E como fazer? Os alunos irão precisar escolher uma planta com flores ou botões florais que estão para abrir e registrar, com um diário de campo e com fotos/vídeos, quais foram os visitantes florais durante um determinado período de tempo. De preferência os alunos devem escolher uma planta que não esteja em um lugar muito movimentado ou barulhento, pois isso pode afetar as visitas dos polinizadores. Peça aos alunos que observem a planta por 1 ou 2 horas em 3 períodos distintos: pela manhã, durante a tarde e ao anoitecer; isso porque pode haver diferentes animais visitando as flores. Os alunos devem observar o comportamento dos visitantes (se eles apenas chegam às flores ou se entram), o número de visitas X tipo de polinizador e o período em que eles apareceram.

Depois disso, peça aos alunos para coletarem uma ou duas flores para que possam realizar um estudo sobre a morfologia destas. Flores grandes, por exemplo, são mais possíveis de serem polinizadas por animais grandes; flores amarelas que se abrem de dia e possuem cheiro adocicado são mais atraentes às abelhas; flores robustas, com odor adocicado e néctar em abundância são geralmente polinizadas por besouros. Nesta etapa os alunos deverão comparar seus resultados de observação com o estudo da flor e buscar informações na internet e em livros sobre o assunto (dica: busque por “síndromes de polinização”).

Ao fim dos estudos – das anotações, das fotos, da análise da flor e das buscas na internet – os alunos deverão ter um candidato ou os mais prováveis candidatos a polinizadores desta flor. É interessante que os alunos apresentem o trabalho e seus resultados para a sala toda, assim os outros alunos podem dar contribuições ao trabalho também.

Como teremos certeza se o que o grupo propôs é correto? Bom, se for uma espécie em que a polinização já foi estudada, podemos ter a resposta na internet em artigos científicos que o professor pode verificar, senão o que vale mesmo é todo o trabalho de pesquisa desenvolvido pelos alunos. Esse tipo de tarefa exercita o método científico, faz os alunos trabalharem em grupo, incentiva a pesquisa na internet e em livros e também é algo bem diferente do que eles estão habituados todos os dias.

Vale a pena ressaltar que a maior parte das flores são polinizadas por animais – na maioria insetos, mas além dos animais também existem como agentes polinizadores os fatores abióticos, como o vento, muito comum nas gramíneas, e a água. Outra questão importante de se observar é que alguns visitantes florais são “pilhadores”, ou seja, machucam as flores e “roubam” o néctar e o pólen, sem realizar polinização; exemplo de pilhadores: formigas e besouros.

Se os resultados não foram os esperados ou o grupo não conseguir um candidato para ser o polinizador, pode ser que outros aspectos estejam influenciando o trabalho: o local é muito movimentado? Há barulho? Existem outras plantas próximas? Como está o tempo? (muito frio, muito calor, chuva).Todas estas questões podem influenciar a visitação pelos animais.

O que parece algo difícil é, na verdade, apenas um pouco trabalhoso, pois esta pesquisa não exige equipamentos ou reagentes caros e pode ser feita na casa dos alunos, no jardim da escola ou em uma praça pública. Além de todas essas facilidades, o trabalho é muito proveitoso aos alunos – que saem da sala de aula – e aos professores, que ensinam algo muito importante, porém de maneira diferente, mas muito didática.

Ficou com alguma dúvida, comente aqui na página!

Até a próxima!

Professora Nathália

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Mapa conceitual: um exemplo prático

Queridos professores, alunos e leitores!

No post da semana passada eu escrevi sobre a importância dos mapas conceituais como instrumentos de ensino. Hoje trago nos post um dos mapas que já utilizei com meus alunos e que foi de grande importância para que eles organizassem suas ideias e conceitos.

Vamos lá?

Se você não acompanhou o post de semana passada sobre os Mapas conceituais, recomendo que você dê uma lida antes de continuar no post de hoje. Acesse e saiba mais sobre o assunto que trataremos.

Depois de sabermos o que é e qual a importância dos mapas conceituais, é hora de vermos um exemplo prático. Nesse ano, um dos conteúdos que passei ao terceiro ano do ensino médio foi Relações Ecológicas. Apesar de não ser um assunto difícil, existem muitos tipos de relações ecológicas e vários exemplos que podem ser dados. Nesse conteúdo, alguns itens que trabalhei foram:

– O que são as relações ecológicas;

– Quais os tipos de relações ecológicas (intraespecífica ou interespecífica? harmônica, desarmônica ou neutra?);

– Como classificar as relações ecológicas;

– Exemplos de relações ecológicas.

Como você pôde perceber, foram trabalhadas diversas coisas, tudo ao longo de 7 aulas. Foi na última aula que resolvi então trabalhar com os alunos um mapa conceitual das relações ecológicas, já que eles tinham bastante conteúdo para produzir esse mapa. O objetivo foi que os alunos diferenciassem as relações ecológicas – de acordo com seus tipos – e conseguissem hierarquizá-las e organizá-las de maneira compreensível em um mapa conceitual – com formas e cores distintas – e também em uma tabela.

Veja abaixo a tabela e o mapa conceitual feito pelos alunos. Você professor poderá modificar as relações ecológicas de acordo com o que você passou em aula.

Perceba que a tabela ajuda na primeira organização do conteúdo, classificando as relações. Já o mapa conceitual pode ser feito com base na própria tabela. Além de possibilitar revisar a matéria, a tabela e o mapa conceitual ajudam os alunos a exercitarem outras competências como a organização e o senso de espacialidade.

No começo os alunos sentiram um pouco de dificuldade na tarefa, pois estavam desacostumados a exercícios deste tipo, mas depois conseguiram acompanhar e finalizar a lição. Foi bem proveitoso e o material já servirá para eles estudarem para a prova e o vestibular.

Espero que você, professor, também trabalhe mapas conceituais com seus alunos!

Aqui nesse link tem o arquivo em pdf com a tabela e o mapa conceitual.

Qualquer dúvida, me escreva!

Até a próxima!

Professora Nathália 

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