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Experimento: detecção de amido nos alimentos

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Hoje a dica do Coruja Bióloga é um experimento bem fácil de ser feito, com materiais simples, mas que traz um conceito didático por trás. Hoje vamos fazer a detecção de amido em alimentos! Vamos conferir?

Primeiramente, vale lembrar que essa atividade pode ser encaixada em várias matérias e anos escolares: biologia, bioquímica, química, ciências, ensino fundamental, médio e até as séries iniciais do ensino superior. O que muda é o conteúdo no qual você, professor, encaixa essa experiência. Por exemplo, se estamos tratando de componentes celulares no ensino médio, a profundidade do conteúdo e os conceitos que você irá abordar são diferentes de tratar essa mesma aula com o ensino superior.

O objetivo desse experimento é que os alunos percebam os diferentes tipos de alimentos que tem ou não a presença de amido, pelo teste com iodo. Vamos contextualizar um pouco…

O amido é um carboidrato formado pela união de várias glicoses (por isso, é considerado polissacarídeo) e presente em abundância nos vegetais. Nas plantas ele é um composto de reserva  (armazenado em organelas especiais chamadas amiloplastos) já que é na forma de amido que a glicose produzida pela fotossíntese pode ser armazenada nas folhas e raízes, por exemplo. Muito do que comemos de origem vegetal tem amido, como, por exemplo, batata, cenoura, trigo, mandioca, etc. É importante destacar que apenas células vegetais (ou seja, plantas) tem amido. Nós, animais, armazenamos moléculas que fornecem energia na forma de glicogênio.

O amido pode reagir, ou melhor, interagir com corantes e assim ser fácil de ser detectado. O iodo é um desses corantes que se encaixa, interage com o amido formando um complexo colorido de cor azul escura. Por que esse teste é importante? Primeiro, podemos fazê-lo em aula, identificando inclusive o amido a olho nu ou em microscópio. Segundo, é possível identificar produtos adulterados; leite – que não deve conter amido – é fácil de ser testado para contaminação de amido com esse teste.

(Professor, se julgar necessário comente mais profundamente sobre a estrutura do amido e do iodo.)

Então, o que você precisa para sua experiência?

  • tintura de iodo (vendida em farmácia);
  • amostras diversas de origem vegetal: amido (Maizena), pão, macarrão, batata..;
  • amostras diversas de origem animal: carne, por exemplo;
  • pratos;
  • papel toalha.

Primeiro você vai colocar um pouco de cada amostra em cada prato, anotando os nomes das amostras. Depois, com cuidado (o iodo pode manchar roupas) pingue 1-2 gotas da solução de iodo em cada amostra.

O esperado é que todas as amostras de origem vegetal apresentem uma coloração azul – mais escura ou mais clara – onde o iodo foi pingado. Isso significa que o iodo se complexou com o amido. Já na amostra animal não é esperado o mesmo resultado, pois não é para conter amido (essas amostras funcionam como nosso controle negativo).

                                                 Fonte da imagem: [2]

Você pode pegar um pouco da mistura de alguma amostra com o iodo, diluir um pouco em água e colocar em uma lâmina de microscopia, para assim visualizar o amido corado em maior aumento.

Depois de fazer o experimento você pode pedir um relatório para sua turma. Abaixo eu coloco algumas sugestões de perguntas:

  • O que é o amido? Como forma a sua interação com o iodo?
  • Em quais tipos de amostras você espera encontrar amido? Por quê?
  • Faça um desenho que esquematize o que você observou de resultado no laboratório.

Esse é um experimento bem simples, com materiais acessíveis e baratos e que você pode fazer mesmo não tendo disponível um laboratório em sua escola. Um bom experimento, além de ser didático e de fixar conteúdos, traz descontração e animação para a turma!

Se você tiver dúvidas, deixe aqui na nossa página!

Até a próxima!

Professora Nathália

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Para saber mais/referências:

[1] Amido. Wikipedia. Acessado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Amido em agosto de 2018

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[Atividade ] – Estudando o rótulo de um filtro de barro

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Hoje trago uma proposta de atividade relacionada ao processo de filtragem da água: o estudo de um rótulo de filtro (também chamado de vela) de cerâmica.
Parece algo simples e “bobo”, mas muitas pessoas não sabem que o filtro de barro, que usa a vela de cerâmica, é o sistema mais eficiente de filtragem de água, de acordo com inúmeras pesquisas. Mais confiável que água de galão, o filtro também é barato e acessível a muitas pessoas.
Porém, poucos alunos sabem o que é um filtro de barro, pois estão acostumados à água mineral ou de galão. Digo isso por experiência própria, já que muitos dos meus alunos desconheciam.

A proposta da atividade que trago hoje é o estudo (por meio de perguntas e respostas) do rótulo da vela de um filtro. Através desse roteiro você poderá trabalhar diversos conceitos com seus alunos: por que é necessário filtrar a água que vem da torneira; como funciona o processo de filtragem pela gravidade; o que o filtro consegue reter de impurezas; a importância de se consumir água tratada, doenças causadas por água contaminada, etc.

Abaixo eu coloco a imagem do rótulo. Se você quiser fazer o download dela em formato jpg, basta clicar com o botão direito e salvar a imagem.

Abaixo eu também coloco algumas perguntas que o professor pode pedir aos alunos. Lembrando que essa aula pode ser encaixada em vários conteúdos, desde ciências até química e física, e que o tipo de pergunta bem como a resposta esperada vai depender da série para qual você dá aula. Eu coloco aqui algumas questões para uma aula de ciências, dentro do conteúdo tratamento de água:

  1. O que é considerado uma água potável? E qual a diferença entre água potável e água pura?
  2. Por que o filtro precisa ser poroso?
  3. Qual tipo de filtragem se dá nele?
  4. No rótulo temos escrito “caulim”. Pesquise o que é esse composto e qual sua provável função no filtro.
  5. Quais impurezas o filtro pode reter e quais ele não pode?
  6. Por que na propaganda do produto está escrito “mais saúde para sua família”? De que forma o tratamento de água se relaciona com isso?

Você pode também guardar um filtro usado de cerâmica para mostrar aos seus alunos. Eu já levei para algumas aulas e é incrível como os alunos gostam de manusear, interagir, ver de perto; muitos nem sabiam que isso existia.

Essa atividade é muito simples de ser feita, mas gera boas respostas e uma boa discussão acerca da importância do tratamento de água.

Vale ressaltar que muitas pessoas no Brasil ainda não tem acesso à rede de água e esgoto e a outras condições de saneamento básico, o que causa aumento no número de casos de doenças como verminoses, diarréias e viroses.

Espero que você também faça essa atividade com seus alunos! Qualquer dúvida ou sugestão, deixe aqui na nossa página!

Até a próxima,

Professora Nathália

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Aula prática: morfologia e anatomia do vôngole

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Hoje eu trago para vocês uma dica de aula prática bem bacana sobre os moluscos: uma aula prática com vôngoles.

Como professores vocês devem saber que os alunos adoram aulas de laboratório, onde eles colocam em prática o que viram na teoria; além disso, uma boa aula prática é uma oportunidade do professor reforçar alguns dos principais conceitos dados na aula teórica. Porém, com a correria do dia-a-dia e com o fato de que muitos materiais didáticos são caros, a maior parte dos professores se vê em dificuldades quando prepara uma aula prática, afinal de contas faltam opções de materiais práticos e acessíveis. Por isso escolhi o vôngole para ser o recurso didático de uma aula prática bem bacana.

Os vôngoles são moluscos (animais de corpo mole) do grupo dos bivalves (duas conchas) que vivem enterrados na areia ou em áreas lodosas do litoral brasileiro. Também chamados de berbilhões, são muito apreciados na culinária, principalmente com macarrão, podendo ser consumidos crus ou cozidos.

Os vôngoles são facilmente achados frescos em feiras, nas bancas de peixes e frutos do mar, e tem um preço bem acessível (aqui em São Paulo eu encontrei por R$12,00/kg), diferente do polvo, que custa por volta de R$60,00/kg.

Além do material ser baratinho e fácil de ser achado, nessa aula prática você poderá mostrar para a classe alguns aspectos do corpo dos moluscos, grupo que dificilmente tem muito a atenção dos alunos.

Primeiramente, em qual contexto essa aula se insere? Bom, eu já trabalhei esse tipo de atividade nas aulas de ciências (Reino Animallia) no ensino fundamental II, mas também nas aulas dos cursos de biologia e licenciatura em ciências (disciplina: invertebrados).

E qual conteúdo prévio os alunos devem ter? Neste caso, depende, é claro, da série que você vai dar a matéria. Você pode contextualizar os seguintes aspectos:

1) Animais invertebrados.

2) Grupo: Moluscos – características do corpo, hábitos (alimentação, onde vivem)

3) Importância dos moluscos (econômica, alimentar, medicinal)

4) Os sub-grupos dos moluscos: gastrópodes, bivalves, cefalópodes.

Lembrando que esses assuntos que eu coloquei acima são sugestões que você professor pode tratar com seus alunos, ficando a seu critério adaptar isso a sua turma.

O objetivo da aula prática é que os alunos consigam reconhecer algumas estruturas morfológicas no vôngole. Geralmente são estruturas que eles apenas observam nos livros e que quando vêem “ao vivo” se espantam com a complexidade de um ser vivo.

Para essa atividade prática vamos precisar de:

– vôngoles frescos com a concha aberta e alguns com a concha fechada. (Dica: para abrir a concha deixe os vôngoles em água quente por alguns minutos e depois abra com a ajuda de uma faca)

– pinças de dissecção, de preferência de ponta fina

– bandejas (pode ser de plástico ou isopor – como as de mercado)

– papel toalha

– alfinete de cabeça redonda, caso queira marcar alguma estrutura para ser mostrada.

Aqui eu coloco um roteiro de como você pode conduzir sua atividade:

– Primeiro oriente a concha da seguinte maneira, para que fique mais fácil visualizar as estruturas:

Dica: a parte anterior é o “menor” lado e a posterior é o “maior” lado.

– Mostre a parte externa da concha, suas ornamentações, os anéis de crescimento, reforce que são duas valvas (partes) que fecham o animal ali dentro;

– Mostre aos alunos o quão difícil é abrir a concha dos vôngoles, devido ao fato desses animais possuírem músculos que se prendem à concha e que são muito fortes;

– Ao abrir a concha mostre a cor mais perolada, que fica na parte interna desta;

– Visualizando agora o corpo do animal, reforce o fato de ser um animal de corpo mole, característica que dá nome ao grupo, inclusive;

– Mostre alguns dos aspectos da anatomia/morfologia do vôngole: apesar de ser difícil identificar tais estruturas em um animal pequeninho, de cor clara, é bem possível que você consiga visualizar: boca, pé, sifão inalante e/ou exalante, brânquias, músculo que se prende à concha, ânus; abaixo eu coloquei uma imagem de um livro [1] que pode te ajudar. 

– Retire o molusco da concha e observe as duas cicatrizes dos músculos que fecham a concha na sua parte interna;

– Fale aos alunos que “ao vivo” o animal é bem diferente do que vemos no livro, onde as estruturas são bem delimitadas e as cores são artificiais. As vezes, alguns alunos ficam frustrados por não conseguirem identificar muitas estruturas logo na primeira aula, mas isso não deve ser impeditivo para aproveitarem a aula.

Depois, peça um relatório aos alunos, por exemplo, um desenho que aponte o que eles conseguiram identificar. Jogue as partes moles do animal em um lixo comum, mas bem fechado para não ficar com mau cheiro. Os alunos podem ficar com as conchinhas depois de lavadas e secas.

Essa aula é bem simples, mas com ela os alunos podem aprender muito da biologia desses pequenos animais, dos quais muitos só conhecem as conchas quando visitam à praia.

Espero que tenham gostado! Dúvidas, escreva na nossa página.

Até a próxima!

Professora Nathália

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Referências/Para saber mais:

[1] Roque, I. R. (2017). Jornadas.cie. Editora Saraiva.

[2] Vídeo (inglês) sobre morfologia e anatomia de um bivalve. https://www.youtube.com/watch?v=C-3GqvLswc8

 

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[Jogos para educação] O Rei da Matemática

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Muitos sabem da importância dos jogos para a educação, seja por motivos didáticos como forma de reforçar os conteúdos seja por motivos de dinamicidade e por trazer diversão à sala de aula. Aqui no blog eu já comentei sobre alguns jogos relacionados à biologia e física e hoje eu trago uma dica sobre um jogo de matemática, o Rei da Matemática.

O Rei da Matemática (versão Junior, gratuita e em português) é um jogo de temática medieval indicado para crianças a partir dos 6 anos de idade, no qual é necessário passar por fases que envolvem operações matemáticas para ir avançando nas etapas e conquistando os troféus/medalhas.

As fases – que são representadas por livros – são formadas por questões de adição, subtração, contagem, etc. Cada livro tem etapas (capítulos), nas quais é necessário acertar as questões propostas. Conforme você avança nas etapas você vai conquistando troféus e mudando de categoria de personagem. Não há tempo limitado para responder as questões e o jogador tem direito ao erro, porém sua pontuação é maior se acertar na primeira vez e em menor tempo.

Na versão paga, você tem acesso aos outros livros/capítulos com diferentes tipos de problemas matemáticos.

Ao iniciar o jogo pela primeira vez você escolhe um nome e um avatar – feminino ou masculino.

Ao clicar em jogar você vai para uma nova tela onde escolhe um dos livros disponíveis: contagem, adição, miscelânea (conjunto de vários tipos de operações matemáticas).

Escolhendo um livro você começa sempre no capítulo 1 (os outros estão bloqueados, como num jogo comum de videogame) e vai avançando nos capítulos do livro (etapas) conforme seus acertos. Em cada questão matemática é apresentada a operação, uma figura para contagem ou sequência lógica e as 4 opções de resposta, sendo que apenas 1 resposta é correta.

Como dito anteriormente, não há tempo para o jogador responder e ele pode errar, no entanto, apenas 3 vezes (como mostrado pelas estrelas na parte superior da tela). Se errar mais de 3 vezes começa-se a fase novamente.

Ao atingir pontuações específicas o jogador avança de nível e conquista seus troféus como recompensa. Essa bonificação mantém o jogador entretido e funciona como um reforço positivo, portanto.

Além de operações com os números propriamente ditos, há também operações com figuras, como dados, dedos, peixes, frutas, etc.

Nas configurações do jogo há opções diversas. Você encontra opções de idioma, ativar ou desativar a música e o som do jogo. Além disso, você tem acesso ao download da versão paga do game.

Em resultados você consegue visualizar a pontuação total em cada livro (e em cada etapa do livro) bem como as recompensas (troféus). Em jogador você consegue adicionar outro jogador ao jogo.

O jogo é bem colorido, tem uma música medieval temática, é bem feito e fácil de entender, com jogabilidade boa. Além de ser uma forma de reforçar conteúdos matemáticos básicos também é uma forma de divertir a criança em uma disciplina que deixa muitos alunos assustados que é a matemática. Além disso, o uso do celular para estudo se aproxima da realidade que a criança está acostumada, um mundo conectado e cheio de tecnologia.

E então, você conhecia esse jogo? Quais outros de matemática e lógica conhece?

Deixe seus comentários aqui na página!

Até a próxima!

Professora Nathália

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