Além dos portões da escola: espaços informais para o ensino

Queridos professores, alunos e leitores,

Hoje trago uma breve reflexão sobre os espaços para ensino que ficam além dos muros e portões escolares: os museus, jardins botânicos, hortos, zoológicos, etc. Esses espaços são conhecidos como espaços não-formais de educação, pois não estão inseridos dentro de uma escola tradicional. Como professores sabemos que os alunos adoram uma viagem ou excursão, tantos os alunos dos primeiros anos de escola quanto os alunos de graduação e pós-graduação. Porém, além de ser uma atividade muito querida pelos estudantes, esses espaços também têm uma função pedagógica.

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Museu Catavento em São Paulo/SP – excelente espaço para descobertas e muita diversão

Primeiramente, esses espaços despertam a curiosidade dos estudantes por si só, pois é algo diferente do que eles observam dia a dia na escola. Essa motivação já é importante para os alunos e professores. Segundo, esses espaços podem suprir a falta de laboratórios, videotecas, bibliotecas que a escola pode ter, devido à falta de recursos.

As atividades desenvolvidas nesses espaços são também mais descontraídas e permitem a socialização e diálogo entre os alunos, de uma forma que antes não era possível em sala de aula. Cada aluno irá entender e interagir com o que está exposto de maneira diferente, o que significa diferentes aprendizados, justamente o oposto de uma sala de aula, onde todos os alunos recebem o mesmo conteúdo.

Os museus, exposições, observatórios são importantes locais de observação e reflexão de objetos e assuntos que antes não foram tratados em sala de aula ou que nunca iriam ser tratados, por impossibilidade física ou financeira. Além disso, quando o professor leva sua turma a um espaço não-formal de educação, ele possibilita que muitos alunos que não teriam oportunidade (por causa de problemas financeiros, de tempo dos pais ou de transporte) visitem esses locais.

É importante que o professor procure relacionar o que está nesses espaços com os conteúdos que ele dá em sala de aula e com a realidade dos alunos e a sociedade.

O professor pode sempre pedir alguma atividade avaliativa, como um relatório sobre a visita, mas geralmente nesses espaços os alunos ficam mais livres para visitarem o que sentirem interesse, sem compromisso específico ou pressão dos professores. Isso além de motivar os alunos, inspira a criatividade, que poderá ser trabalhada em várias atividades em sala de aula também.

Alguns pontos são importantes de serem pensados para uma visita a um ambiente de educação não-formal, dentre esses: verificar preços de entradas e possibilidade de desconto aos estudantes, meio de transporte e autorização dos pais, alimentação dos alunos (será levado lanche ou no local existem restaurantes, lanchonetes?), tempo de visitação, verbas disponíveis para o passeio.

Além disso, a visitação deve ser sempre direcionada, pois assim os objetivos serão cumpridos e as atividades bem desenvolvidas. A visitação nunca deve ser feita somente por curiosidade, mas sim com um objetivo específico. Ah, e se possível procure uma visita monitorada com guias que poderão tornar tudo melhor ainda.

Espero que os professores aproveitem desses espaços para tornar suas aulas mais proveitosas ainda!

Até a próxima,

Professora Nathália

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Para saber mais:

[1] Vieira, V., Bianconi, M.L, Dias, M. 2005. Espaços não-formais de ensino e o currículo de ciência. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=s0009-67252005000400014&script=sci_arttext

[2] Stuart, D. C. 2007. Museus: emoção e aprendizagem. Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/museus-emocao-e-aprendizagem

Fonte da imagem: Catavento Cultural

2 comentários sobre “Além dos portões da escola: espaços informais para o ensino

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