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Sequência didática com TICs, jogos e interdisciplinaridade: nutrição, alimentos e saúde

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

No post de hoje trago para vocês uma sequência de roteiros de aulas e atividades que desenvolvi como trabalho de conclusão de um curso que fiz no SENAC/SP: nutrição e alimentos. Nesses roteiros você vai ter 4 aulas, com revisão de conteúdo, jogos, pesquisa feita pelos alunos e TICs (tecnologias de informação e comunicação).

Vamos lá?

Bom, primeiro vou comentar um pouco sobre o curso que realizei. É muito importante que professores se mantenham sempre atualizados, não apenas no escopo da disciplina que ministram, mas nos recursos didáticos e métodos de aula que vão surgindo. Esse curso que fiz no SENAC foi uma forma que encontrei de me atualizar e de ter contato com profissionais da mesma área. Os professores do curso foram excelentes, a plataforma de aulas EaD do SENAC é muito boa, amigável, tem todo o suporte técnico e o custo (por se tratar de um curso que tem interações síncronas semanais) é acessível. Vou deixar mais informações para vocês no quadro abaixo. Super recomendo!

Sobre o curso (realizei por volta de fev/março de 2021). O valor foi R$ 360,00. Vale muito a pena o investimento.

Ao final desse curso que fiz, cada aluno precisava roteirizar um material didático para ser usado em uma ou mais aulas. Vou deixar o que eu desenvolvi aqui no blog, com algumas edições, é claro, para vocês acessarem e usarem como base para suas aulas. Se vocês utilizarem alguma parte da proposta, não se esqueçam de colocar essa postagem como referência.

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Proposta de materiais didáticos para se trabalhar o tema alimentação, nutrição e saúde

O conjunto de materiais didáticos apresentado a seguir se encaixa em uma sequência de aulas relacionadas à habilidade EF07CI09, tratada pelos documentos normativos vigentes do ensino no Brasil na disciplina de ciências, no 7º ano do ensino fundamental II (BRASIL, 2018). É importante reforçar que o conteúdo “alimentação, nutrição e saúde” pode ser considerado transversal, visto que é possível ser tratado por várias disciplinas (BRASIL, 1998). Na sequência de aulas e materiais proposta tem-se:

  • Primeira aula: tema – os nutrientes presentes nos alimentos e suas funções (carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas, sais e água).
  • Segunda aula: tema – revisão dos conteúdos da aula anterior com o jogo de palavras cruzadas (material didático 1 – material impresso).
  • Terceira aula: tema – conservantes e a saúde com o vídeo “Os conservantes dos alimentos prejudicam nossa saúde?” (material didático 2 – material audiovisual).
  • Quarta aula: tema – a ciência no nosso cotidiano com o projeto “Minuto da Ciência no WhatsApp” (material didático 3 – ferramentas/plataformas do ambiente digital).

Material didático 1: material impresso (jogo de palavras cruzadas – cruzadinha)

Descrição e importância: o jogo de palavras cruzadas enfatiza o conteúdo dado na aula anterior, sobre os nutrientes presentes nos alimentos e suas funções. Esse material didático é formado por uma folha tamanho A4 na qual o jogo está impresso, em preto e branco ou colorido (dependendo dos recursos financeiros e equipamentos disponíveis). Para elaborar o jogo de palavras cruzadas o professor pode usar o site The Teacher’s Corner (em inglês, “O canto do professor”). Nesse site é possível criar gratuitamente seu próprio jogo de palavras cruzadas, inserindo as palavras e as pistas correspondentes. É possível, ainda, personalizar o jogo escolhendo as fontes, o tamanho das fontes, as cores, as ilustrações decorativas etc. Essas opções de formatação permitem ao professor ter liberdade ao elaborar o material de forma que a diagramação fique adequada e chamativa aos alunos.

Ao finalizar a cruzadinha o professor salva o arquivo em seu dispositivo e pode imprimir o mesmo, disponibilizando aos alunos. Apesar do site ser em inglês, existe uma boa interface gráfica e a navegação pelos menus é fácil de ser entendida. O jogo de palavras cruzadas elaborado pelo professor nesse formato é um material impresso personalizável, no qual o docente fica livre para adequar o conteúdo cobrado ao que os alunos aprendem em sala de aula, não dependendo do êxito em encontrar um jogo pronto e já adequado ao que ele precisa.

Utilidade e importância do material para o processo de ensino e aprendizagem: em virtude de o conteúdo da aula ter vários termos que são importantes de serem memorizados (como carboidratos, construtores, lipídios, energéticos), um jogo do tipo palavras cruzadas é ideal como forma de revisão e reforço, já que o aluno tem que associar o que aprendeu anteriormente ao que é descrito pelas pistas de cada palavra. 

Além disso, o jogo de palavras cruzadas dialoga com outra disciplina, a língua portuguesa, sendo importante para que o aluno pratique a ortografia das palavras, a memorização e, por se tratar de um material impresso, a escrita e a coordenação motora.

O jogo de palavras cruzadas permite que o aluno preencha as respostas conforme ele vai descobrindo as palavras que se encaixam, ou seja, no seu próprio ritmo. Ao fazer a cruzadinha, o aluno tem uma postura ativa, já que ele pode buscar as respostas em seu próprio material didático, em suas anotações e na internet.

Por fim, esse material didático tem função de avaliação para o professor, já que permite verificar a aprendizagem do aluno por meio dos seus erros e acertos na tarefa, e permite que o aluno faça uma autoavaliação, refletindo sobre seu próprio desempenho. Uma sugestão é a correção da atividade no ambiente virtual de aprendizagem do curso, após os alunos enviarem uma fotografia/scanner da tarefa feita ao professor.

Material didático 2: vídeo “Os conservantes de alimentos prejudicam nossa saúde?”

Descrição e importância do material didático: o vídeo intitulado “Os conservantes de alimentos prejudicam nossa saúde?” tem 4 minutos e 52 segundos, apresenta áudio original em inglês e legenda em português e está disponível no canal TED – Ed do YouTube.  O canal citado possui vídeos educacionais curados, gratuitos e de qualidade (YOUTUBE, 2021). O vídeo, que é uma animação, tem cores e esquemas ilustrativos bem chamativos e bem explanados, relacionando o que é falado pelo narrador com o que é mostrado, como uma forma de explicação.

Como o vídeo está disponível em um canal do YouTube, ele pode ser facilmente acessado de diferentes dispositivos, como celulares, computadores e tablets. Além disso, o YouTube é uma plataforma de vídeos muito conhecida, acessível e confiável (segura). Diante disso, esse vídeo se mostra um recurso didático interessante, dada sua acessibilidade e facilidade de ser usado em aula.

Utilidade e importância do material para o processo de ensino e aprendizagem: o vídeo em questão funciona como uma forma do professor agregar um conteúdo novo, que é a questão dos conservantes presentes nos alimentos. É importante que os alunos, além de compreenderem a função dos nutrientes, saibam por quais motivos a indústria de alimentos usa os aditivos alimentares, qual o impacto na saúde e – diante disso – tenham base para a tomada de decisões conscientes em seu dia a dia. Por se tratar de alimentos, um assunto que é indissociável do cotidiano de todos nós, o tema do vídeo aproxima-se da realidade dos alunos, reforçando sua importância como material didático.

O vídeo também mostra como a ciência é importante para o desenvolvimento da sociedade, já que apresenta de maneira leve e descontraída os resultados de pesquisas científicas que relacionam conservantes com a nossa saúde. Assim, esse material didático também cumpre com algumas das competências relacionadas ao conhecimento científico presentes na Base Nacional Comum Curricular, a BNCC (DE CASTRO ET AL., 2020).

Finalmente, por se tratar de um vídeo com áudio em inglês e legenda em português, é importante também como um recurso que dialoga com a disciplina de língua inglesa, já que o aluno poderá treinar seu listening (a ação de escutar e entender em inglês).

Sugere-se, como contextualização do vídeo e conexão do assunto com a realidade, que o docente apresente o rótulo de um alimento e mostre aos alunos os conservantes presentes na lista de ingredientes, perguntando se algum aluno conhece a função destes (o que é respondido depois pelo vídeo).

  • Material didático 3: projeto “Minuto da Ciência no WhatsApp”

Descrição e importância do material didático: o projeto “Minuto da Ciência no WhatsApp” consiste em uma conclusão para a sequência de aulas apresentadas até aqui. Nesse, os alunos pesquisam uma notícia recente (dos últimos 3 anos) a respeito de uma descoberta científica relacionada a um alimento ou nutriente (livre escolha). Depois, com base nessa notícia, elaboram um pequeno texto resumido e gravam esse texto no formato de um áudio de até 1 minuto de duração para ser postado no grupo da turma no aplicativo WhatsApp. Após os alunos terem postado os áudios, o professor poderá fazer uma votação para que a turma decida qual notícia eles acharam mais interessante.

O uso do WhatsApp é vantajoso pois trata-se de um aplicativo já presente no cotidiano dos alunos, que pode ser usado em computadores, em celulares, é compatível com vários sistemas, é fácil de ser usado e muito acessível, tendo mais de 2 bilhões de usuários no mundo (WHATSAPP, 2021). Além disso, ao realizar a pesquisa da notícia científica, o aluno também tem contato com a internet, outra tecnologia presente em seu dia a dia.

Utilidade e importância do material para o processo de ensino e aprendizagem: o projeto em questão é uma forma de concluir o assunto, trazendo informações novas e atualizadas a respeito dos alimentos. Por se tratar da pesquisa de assuntos científicos, o projeto é uma forma de aproximar e mostrar, mais uma vez, a importância da ciência.

Durante a leitura de notícias, o aluno terá contato com o que estuda em sala de aula, porém de maneira aplicada em seu cotidiano, dando, assim, mais importância ao assunto. Além disso, ao realizar a pesquisa, o estudante precisa exercitar a criticidade, ao filtrar as notícias para não escolher notícias falsas (fake news) para pautar sua tarefa. Atualmente, muitos pesquisadores da área de educação reforçam a importância de os docentes criarem situações para que os alunos pratiquem a habilidade de discernir entre o que é real e o que é inverídico em meio a tantas informações (ROSENZWEIG, 2017).

O projeto “Minuto da Ciência no WhatsApp” desafia o aluno, visto que exige que ele ativamente busque as notícias e consiga, de maneira criativa, clara e sucinta, compartilhar o que ele aprendeu com o restante da turma. Concomitantemente, explora a comunicação verbal, habilidade importante para a aprendizagem dos alunos (ANDREW ET AL., 2005 citado por WAHYUNI ET AL., 2018), e a produção textual, dialogando, portanto, com a disciplina de língua portuguesa e redação.

Por fim, reforça-se com essa atividade a aprendizagem coletiva, ou seja, a construção em grupo do conhecimento, já que a turma toda de alunos tem contato com diversas notícias e descobertas científicas a respeito dos alimentos.

Referências bibliográficas

  • DE CASTRO, Flávia Pierrotti; DE MIRANDA, Marcos César Rodrigues; MARQUES, Rosebelly Nunes. A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Interfaces Científicas-Educação, v. 9, n. 1, p. 107-118, 2020. Disponível em: < https://periodicos.set.edu.br/educacao/article/view/8740 >. Acesso em: 20 de fevereiro de 2021.
  • ROSENZWEIG, Adam. UNDERSTANDING AND UNDERMINING FAKE NEWS FROM THE CLASSROOM. Berkeley Review of Education, v. 7, n. 1, p. 105-112, 2017. Disponível em: < https://eric.ed.gov/?id=EJ1169876 >. Acesso em: 25 de fevereiro de 2021.
  • WAHYUNI, Akhtim. THE POWER OF VERBAL AND NONVERBAL COMMUNICATION IN LEARNING. Em: 1st International Conference on Intellectuals’ Global Responsibility (ICIGR 2017). Atlantis Press, 2018. p. 80-83. Disponível em: < https://www.atlantis-press.com/proceedings/icigr-17/25890842 >. Acesso em: 22 de fevereiro de 2021.

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Como comentei, esses trechos são apenas partes do meu projeto final do curso e, apesar de um pouco longos, acho interessante compartilhar com vocês para que possam usar em suas aulas também.

Espero que gostem da dica de hoje!

Até a próxima!

Professora Nathália

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Carnaval: textos em português para trabalhar a “folia biológica” nas aulas de ciências

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

O carnaval está chegando e muitas escolas fazem uma programação especial nesta data para que os alunos e professores entrem no ritmo da folia. Por causa da pandemia, muitos dos bailes e festinhas mais típicos, com danças, brincadeiras, confete e serpentina, provavelmente não serão permitidos, então a minha sugestão para você professor é trabalhar com textos que envolvem ciências e “carnaval”.

Mas como assim? Bom, no carnaval muitas pessoas – até as mais tímidas – se vestem com roupas e adereços curiosos para chamar a atenção. Mas esta não é uma característica exclusiva do ser humano. Isso também é visto em outros exemplos na ciência, como você pode conferir nos dois textos acima. Um deles é sobre as aves do paraíso, que usam suas penas e danças rítmicas, e o outro é sobre os vagalumes, que usam bioluminescência. Ambas as espécies usam essas “fantasias”, “danças” e adereços para chamar a atenção de possíveis parceiros reprodutivos (em biologia, chamamos isso de seleção sexual).

Nos textos você encontra toda a explicação biológica para essas estratégias reprodutivas e links para vídeos muito legais mostrando as aves do paraíso. Tanto o professor de ciências, quanto o de biologia e até mesmo de física, química e português podem trabalhar os textos, abordando o que acharem mais pertinente a seus alunos e disciplina.

Link do texto “Carnaval das aves do paraíso”: https://cienciainformativa.com.br/carnaval-das-aves-do-paraiso/

Link do texto “Amor à primeira piscada”: https://cienciainformativa.com.br/amor-a-primeira-piscada/

Espero que vocês gostem da dica e aproveitem em suas aulas.

Até a próxima,

Professora Nathália

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Dica de canal no YouTube com vídeos de ciências em português: “De onde vem?”

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Hoje trago uma dica de canal com vídeos bem interessantes para você, professor, usar nas aulas de ciências: o “De onde Vem?”.

Nesse canal tem inúmeros vídeos bem didáticos que mostram a personagem Kika, de 6 anos, que é super curiosa e sempre tem perguntas sobre o mundo ao seu redor. No canal temos vídeos em português que contam:

  • De onde vem o raio?
  • De onde vem o vidro?
  • De onde vem o sal?
  • De onde vem o pão? (esse eu já usei várias vezes nas minhas aulas sobre fermentação e os alunos adoram)

É importante que o professor use os vídeos como um recurso introdutório a um conteúdo, como uma forma de revisão ou como forma de passar assuntos novos aos alunos. O vídeo, por si só, não é uma aula completa, mas um recurso auxiliar.

Os vídeos desse canal, além de serem em português, são curtinhos, ótimos para mostrar em aula. Se você não quiser ou não puder mostrar o vídeo em aula, você pode pedir aos alunos para acessarem o vídeo em casa, pelo celular, tablet ou notebook. Sabemos o quanto essa geração atual tem facilidade com os recursos tecnológicos.

Acesse o canal, assista aos vídeos e use aqueles que forem úteis para sua aula.

Espero que gostem da dica do post de hoje.

Até a próxima,

Professora Nathália

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Observando (remotamente) a natureza, as plantas e os animais: uma atividade de campo em tempos de pandemia

Olá, queridos professores, alunos e leitores!

Nós professores sabemos o quanto os espaços não formais de ensino, como museus, parques, praças, santuários de vida silvestre são locais importantíssimos para que os alunos tenham contato com a natureza, com as plantas, com os animais, com seus hábitos e comportamentos. Porém, na atual situação de pandemia que vivemos, infelizmente isso é impossível de ser feito de modo presencial.

Mas não precisamos privar nossos alunos de observar – mesmo que remotamente – a natureza. Que tal propor um “trabalho de campo” a distância? Essa é a minha dica de hoje no Coruja Bióloga.

Antes de tudo vale lembrar que uma aula de observação ou aulas de campo são consideradas recursos didáticos que auxiliam o professor na aula teórica, materializando o que os alunos aprendem em teoria. Quandos os estudantes participam de atividades de campo – seja em um parque ou até mesmo no pátio da escola – eles são estimulados a terem pensamento crítico e associarem o que observam com o que aprendem em aula (SOUSA et al. 2016 citado por Apoema: ciências 7, 2018).

Assim, minha proposta é que a observação da natureza seja complementar à aula teórica, reforçando os conteúdos, mas que também traga coisas novas, que os alunos não conseguiriam aprender apenas com a teoria.

Para superar o nosso principal obstáculo atual, a pandemia de COVID-19 e o isolamento social, coloco abaixo alguns links de vídeos transmitidos sempre ao vivo no YouTube e que mostram a natureza em suas mais diversas formas: câmeras que mostram comedouros de pássaros, que mostram lobos na neve, quedas d’água com ursos, lobos e salmões no Alasca, ninhos de águia e de coruja. Tudo de graça, ao vivo, pela internet e na facilidade da plataforma do YouTube, que é acessada de computadores, celulares, tablets, etc.

A proposta é que os alunos assistam parte da transmissão ao vivo de um dos vídeos escolhidos pelo professor e durante esse período façam observações pertinentes ao conteúdo que está sendo estudado e ao que o professor pede.

Exemplo: observação de um ecossistema a partir da transmissão do vídeo International Wolf Center North Camera.

*Essa atividade trabalha com a parte escrita e pode ser usada para o ensino fundamental e o ensino médio.

O que os alunos devem observar durante a transmissão (adaptado de [1]):

  1. Qual é possivelmente o clima nesse ecossistema? Descreva a presença/ausência de chuva, luz solar, neve, vento, etc.
  2. Quantos seres vivos de espécies diferentes foram observados?
  3. Quais as características externas você consegue observar nesses seres vivos?
  4. Como esses seres vivos conseguem se alimentar?
  5. Quais interações podem ser observadas entre os seres vivos que ali vivem? (exemplo: os lobos formam grupos e se juntam ao dormir; os pássaros comem os frutos das árvores).
  6. Faça um desenho que represente alguns dos fatores bióticos e abióticos que você observou na transmissão. Depois, na tabela abaixo classifique esses fatores.

Perceba que a observação da transmissão em vídeo é complementar ao que passamos em uma aula teórica sobre ecossistemas: o que é um ecossistema, o que são os fatores bióticos e os fatores abióticos, como os fatores se relacionam, etc. Quando os alunos ativamente buscam isso na transmissão do vídeo eles estão exercitando a capacidade de ligar o que aprenderam em aula com o que estão observando e anotando.

Além disso, essas transmissões permitem que os alunos observem biomas, animais e plantas que não podemos ver no Brasil: afinal, quando poderíamos observar ursos caçando salmões em uma cachoeira aqui no nosso país? De forma alguma estou desmerecendo nossa exuberante natureza, mas estou pontuando que existem outros biomas e ecossistemas, junto com seus animais e plantas, diferentes do que observamos por aqui.

Quando os alunos assistem a esses vídeos eles podem observar a natureza de diversos lugares e em diversas partes do mundo, reforçando o quanto nosso planeta é diverso.

Abaixo coloco alguns desses links de transmissões ao vivo para vocês, professores:

Na observação da transmissão ao vivo eu pude checar alguns dos comportamentos dos ursos. Aliás, estudar o comportamento animal é algo muito bacana e que sempre prende a atenção dos alunos. Você pode usar o vídeo acima para propor uma atividade de observação do comportamento dos ursos ou dos lobos, por exemplo.

Nessa parte do vídeo consegui captar o momento em que o urso estava se alimentando de um peixe. Podemos observar que o urso usa suas patas e a boca para despedaçar o peixe e o engolir.
Em situações nas quais é possível verificar um grupo de animais podemos prestar atenção na interação dos indivíduos uns com os outros.

Depois que os alunos finalizarem a tarefa peça para que eles compartilhem o que aprenderam e observaram com a turma toda. Quando o aluno assiste ao vídeo estamos trabalhando com aspectos audiovisuais, diferentemente de uma aula exclusivamente teórica, o que chama a atenção da turma e deixa a aula mais descontraída, porém ainda com objetivos educativos. Nesse tipo de atividade o aluno exercita a capacidade de investigação, de coleta e sistematização de dados e, é claro, a curiosidade a respeito do mundo natural.

Essa observação remota da natureza é segura em tempos de pandemia, mas o mais interessante é que pode ser usada depois que tudo isso acabar, já que os vídeos continuarão sendo transmitidos.

Espero que tenham gostado da dica de hoje!

Até a próxima,

Professora Nathália

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Referências

[1] Apoema: ciências 7, 2018. Ana Maria Pereira et al. 1ª edição, São Paulo: Editora do Brasil, 2018 [Coleção Apoema] ISBN 978-85-10-06945-8 (versão do professor)